O K-pop não só conquistou o mundo, ele conquistou o coração do Brasil. Nos últimos anos, o país se firmou como um dos destinos mais esperados (e vibrantes) das turnês de artistas coreanos. Se antes era raro ver um grupo pisar em solo brasileiro, hoje a situação mudou: shows lotados, eventos esgotados em minutos e multidões gritando em coreano com uma paixão que impressiona até os idols.
Mas por que, afinal, o Brasil virou uma parada obrigatória nas turnês de K-pop?
O que mais chama atenção no cenário brasileiro é a força da fanbase. Os fãs de K-pop no Brasil não apenas consomem música, eles criam campanhas, promovem streamings massivos, financiam projetos de LED em aeroportos, e fazem barulho nas redes como ninguém. Grupos como BTS, BLACKPINK, Stray Kids, Ateez, NewJeans, Zerobaseone e Twice têm verdadeiros exércitos de seguidores por aqui.
As redes sociais são um termômetro claro disso. No X (antigo Twitter), hashtags em português chegam aos trending topics mundiais em questão de minutos. No YouTube, vídeos de apresentações no Brasil acumulam milhões de visualizações. E quando um grupo anuncia turnê… bom, os servidores dos sites de ingressos que lutem.
De acordo com dados de plataformas de streaming e redes sociais, o Brasil está entre os cinco países que mais consomem K-pop no mundo. Além disso, eventos como o Music Bank in Brazil (2014), o K-Expo e o recente sucesso de vendas de grupos como NCT 127, P1Harmony, (G)I-DLE e o mais recente e bombástico Stray Kids, que lotou por duas noites seguidas o estádio MorumBis com mais de 120 mil pessoas, reforçam o potencial de mercado. E não estamos falando só de São Paulo: fãs se deslocam de todos os cantos do país, tornando qualquer show uma verdadeira experiência nacional.
As grandes agências coreanas — como HYBE, SM, JYP e YG — estão de olho nesse fenômeno. Além dos shows, o Brasil também entrou no radar para promoções específicas, entrevistas, fanmeetings e até line-ups de festivais internacionais.
Há também uma crescente presença do Brasil nas estratégias de marketing: legendas em português, conteúdos dublados, e colaborações com influenciadores brasileiros mostram que as empresas estão investindo para se conectar diretamente com esse público fiel e engajado.
O que une Brasil e Coreia do Sul nessa conexão musical é a emoção. O brasileiro sente, canta alto, chora, grita, vibra — e os idols percebem isso. É comum ver relatos de artistas surpresos (e tocados) com a energia dos shows no Brasil, muitas vezes descrevendo o público como o “mais apaixonado” da turnê.
Essa troca vai além dos palcos: o idioma coreano vem sendo estudado por jovens brasileiros, as comidas típicas ganham espaço nos centros urbanos, e até estilos de dança e moda coreana já fazem parte da estética de muitos fãs por aqui.
Com a crescente demanda, a profissionalização do mercado de eventos de K-pop e o carinho do público, é seguro dizer: o Brasil não é mais um “extra” nas turnês. É destino fixo. E não só pelo tamanho da plateia, mas pelo coração dela.
O K-pop chegou, ficou, e o palco brasileiro é agora uma de suas casas mais barulhentas, calorosas e apaixonadas.
