Assistimos ao documentário “No Céu da Pátria Nesse Instante”, da cineasta Sandra Kogut, que nos convida a revisitar os acontecimentos das eleições presidenciais de 2022 no Brasil. Por meio de entrevistas e cenas que reconstroem o cenário político da época, a narrativa tem como foco principal os eventos que antecederam a invasão do Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023.

O documentário apresenta depoimentos e o cotidiano de eleitores tanto de Luiz Inácio Lula da Silva quanto de Jair Bolsonaro, revelando suas opiniões, expectativas e mobilizações durante o período eleitoral. Também traz à tona a atuação de profissionais da Justiça Federal, mesários e outras figuras políticas brasileiras, contribuindo para uma visão mais ampla e detalhada do processo democrático.
Uma das principais abordagens do filme é mostrar a preparação para as eleições — em especial os dias de votação — com foco nas urnas eletrônicas. Como se sabe, o crescente questionamento sobre a confiabilidade das urnas, fomentado pelo então presidente Jair Bolsonaro, foi um dos estopins para os ataques à democracia em janeiro de 2023. Através das lentes de Sandra Kogut, acompanhamos de perto os cuidados logísticos e operacionais com as urnas, desde o recebimento até a coleta dos dados, em diferentes estados do país.
Trata-se de um registro que nos provoca a refletir sobre o fanatismo, o extremismo e a polarização política que marcam o Brasil atual. O documentário é imparcial? Essa resposta cabe ao espectador. Afinal, um dos pontos centrais abordados é justamente o viés de confirmação — a tendência de acreditar apenas no que reforça nossas próprias convicções. Independentemente do seu posicionamento político, suas crenças inevitavelmente influenciarão sua leitura da obra. Embora o filme se esforce para apresentar múltiplos pontos de vista, quem assiste verá, sobretudo, aquilo que estiver disposto (ou predisposto) a enxergar.
“No Céu da Pátria Nesse Instante” chega aos cinemas dia 14 de agosto.



