O quinto episódio da segunda temporada de Gen V, intitulado “The Kids Are Not Alright”, entrega o que talvez seja o ponto mais explosivo, e emocionalmente devastador, de toda a série até aqui. A trama, que vinha crescendo em tensão desde o retorno a Godolkin University, finalmente explode em um capítulo que mistura tragédia, revelações chocantes e uma nova camada de complexidade para sua protagonista, Marie Moreau.
Logo de início, o episódio mergulha o público em um flashback intrigante: Cipher surge cuidando de um homem queimado em uma câmara hiperbárica, enquanto Sister Sage aparece ao seu lado, deixando claro que ambos compartilham um elo muito mais profundo do que aparentavam. Esse retorno ao passado já dá o tom sombrio que permeia todo o episódio, um lembrete de que, em Gen V, ninguém é totalmente herói ou vilão.

De volta ao presente, Marie e Jordan enfrentam as consequências do caos da arena. O que parecia apenas mais um embate estudantil se revela uma manipulação grotesca: Cipher controlava o corpo de Jordan, e Cate foi enviada para o sombrio instituto Elmira. A série continua expondo as fissuras da instituição, mostrando que por trás da fachada de “treinamento heroico”, há experimentos e manipulações que rivalizam com os piores segredos de The Boys.
Enquanto isso, Sam tenta se reconectar com a própria família, uma sequência dolorosa e desconfortável, que reforça como o medo dos humanos diante dos Supers ainda é o maior vilão do universo da Vought. É nesse contraste entre humanidade e monstruosidade que o episódio encontra sua força: Gen V continua mostrando que o verdadeiro horror não vem dos poderes, mas do que as pessoas são capazes de fazer em nome deles.

Mas nada prepara o público para o ápice do episódio. Marie, em meio a uma das cenas mais fortes de toda a série, encontra o corpo de sua irmã Annabeth brutalmente assassinada. É o momento que a transforma para sempre. Movida por desespero, ela ultrapassa todos os limites conhecidos de seus poderes e — em um ato quase divino — traz a irmã de volta à vida. A revelação de que Marie pode controlar não apenas o sangue, mas a própria fronteira entre a vida e a morte, muda completamente as regras do jogo.
“The Kids Are Not Alright” é um divisor de águas para Gen V. A série, que começou como um spin-off adolescente de The Boys, agora caminha por territórios muito mais sombrios e ambiciosos. A narrativa cresce junto com seus personagens, e a linha entre vítimas e monstros se torna cada vez mais tênue. Marie deixa de ser apenas uma aluna promissora e passa a representar algo muito maior, um poder que nem mesmo a Vought parece compreender totalmente.

Com ritmo intenso, atuações afiadas e um clímax de tirar o fôlego, o episódio 5 prova que Gen V não está apenas expandindo o universo de The Boys, mas ousando questionar o próprio significado de “superpoder”. E com Marie agora consciente do que é capaz, o que vem a seguir promete ser ainda mais brutal, imprevisível e sangrento.



