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CRÍTICA | A beleza na imperfeição em ‘Amores à Parte’

A trama, que se desenrola com a leveza de uma brisa e a potência de um furacão, gira em torno de um quarteto de amigos

“Amores à Parte” chega aos cinemas para chacoalhar o romance, provando que é possível contar uma história de amor moderna, complexa e, acima de tudo, hilária. Sob a batuta de Michael Angelo Covino, o filme não apenas entretém, mas também nos faz refletir sobre os labirintos dos relacionamentos contemporâneos, com um elenco afiado liderado por Dakota Johnson em seu melhor momento.

A trama, que se desenrola com a leveza de uma brisa e a potência de um furacão, gira em torno de um quarteto de amigos. Carey (Kyle Marvin) e Ashley (Adria Arjona) enfrentam a iminência do divórcio, enquanto seus amigos Paul (Michael Angelo Covino) e Julie (Dakota Johnson) parecem ter encontrado a fórmula da felicidade em um relacionamento aberto. É a partir desse contraste que o filme constrói seu universo de dramas e risadas, explorando o que acontece quando o desespero e a curiosidade colidem.

E é aqui que o filme realmente se destaca. Dakota Johnson, que tem uma habilidade ímpar para equilibrar o humor com a vulnerabilidade, entrega uma performance memorável como Julie. Sua personagem não é apenas o alívio cômico; ela é a voz da sanidade e, ao mesmo tempo, a catalisadora de boa parte do caos. A química entre os quatro protagonistas é palpável e o que sustenta a narrativa. Eles agem como amigos de verdade, com piadas internas, olhares de cumplicidade e brigas que parecem genuínas. A direção de Covino, que também atua e co-escreveu o roteiro, é precisa, mantendo o ritmo acelerado da comédia sem perder a profundidade emocional.

Um dos maiores trunfos de Amores à Parte é a sua coragem de abordar temas espinhosos como poligamia, ciúmes e as expectativas que colocamos nos parceiros de forma franca e divertida. Não há julgamentos. O filme apenas nos mostra que o amor, em qualquer de suas formas, é uma jornada de erros e acertos. O roteiro é recheado de diálogos inteligentes e situações absurdas que nos fazem rir de nervoso, mas também nos convidam a refletir sobre os nossos próprios relacionamentos.

É verdade que o filme pode soar um pouco caótico em alguns momentos, mas esse é exatamente o seu charme. Assim como a vida real, nem tudo faz sentido, e é na bagunça que a beleza se revela. “Amores à Parte” não é apenas um filme sobre romance, é um filme sobre amizade, sobre autoconhecimento e, principalmente, sobre a liberdade de redefinir o que o “felizes para sempre” significa para você. Se você busca uma comédia romântica que te faça rir, chorar e pensar, corra para o cinema. Esta é, sem dúvida, uma das melhores surpresas do ano.

Eduarda Moutinho
Eduarda Moutinho
Apaixonada pela cultura pop, começou a trabalhar com jornalismo em 2022, na cobertura da tão querida BGS. Trabalhou na redação de um dos maiores portais de entretenimento do Brasil e, agora, se juntou à equipe do Papo Geek!

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