Depois de passar por grandes festivais de cinema internacionais, SOL DE INVERNO chega aos cinemas brasileiros em 16 de janeiro, e nós do Papo Geek fomos convidados pela distribuidora Michiko Filmes para conferir o longa antes do lançamento e compartilhar tudo o que achamos com vocês.
O filme do diretor japonês Hiroshi Okuyama fez sua estreia mundial em maio do ano passado e, desde então, por onde passa coleciona elogios da crítica especializada, incluindo os tradicionais festivais de Toronto, San Sebastián e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e não é atoa.
O longa conta a história de uma pacata ilha japonesa, onde a vida gira em torno da mudança das estações. O inverno é época de hóquei no gelo na escola, mas o jovem e introspectivo Takuya não está muito entusiasmado com isso. Seu verdadeiro interesse está em Sakura, estrela em ascensão da patinação artística. O técnico da jovem, o ex-campeão no esporte Arakawa, vê potencial no garoto e o convida para formar uma dupla com ela para uma próxima competição. À medida que o inverno persiste, os sentimentos aumentam e as duas crianças formam um vínculo profundo e harmonioso. Mas mesmo a primeira neve eventualmente derrete e tudo tende a ser levado.
Sabe aqueles filmes que nos trazem as famosas histórias de verão?! Histórias que são vivenciadas pelos protagonistas por um curto período de tempo, onde os momentos são vividos intensamente, mas logo após o verão, tudo se acaba e a vida simplesmente volta ao normal?! Pois bem, em Sol de Inverno temos uma história parecida, mas dessa vez, tudo é vivido intensamente durante o inverno.
Takuya é um garoto apaixonado, não pelo esporte que prática, o hóquei no gelo, mas pela patinação artística. A admiração dele pelo esporte é de se admirar. O personagem encanta pelo simples sorriso que solta ao ver Sakura praticar o esporte. E esse singelo sorriso que conquista o público, também conquista o seu técnico, o ex-campeão no esporte Arakawa, que chega a dar aulas de patinação gratuitas ao garoto por simplesmente admirar o seu amor pela pista de patinação.
Tudo nesse filme é retratado com muito amor, esse sentimento fica nítido em cada detalhe, como quando vemos a felicidade genuína dos personagens por finalmente a neve chegar, ou quando vemos os treinos que apesar de conter muitas quedas, são envolvidos com muitos sorrisos.
Sol de Inverno tem crianças em seu elenco, mas é um filme para todos. Todos aqueles que admiram esportes como um todo, irão se render ao longa, por que, é muito fácil você entender a dor dos personagens de só poderem vivenciar aquele esporte que amam em uma estação especifica do ano. Por esse motivo, o filme desperta o melhor em nós. Nos traz um misto de sentimentos que nos encantam, nos entristecem e nos emocionam.
Vale ressaltar que o filme vai muito além de sua história que já é bastante envolvente. As paisagens frias retratadas em uma fotografia minuciosa são carregadas de uma paz fascinante.
Por fim, o término do longa nos faz refletir e particularmente, se permitem esta autora escrever, nos faz desejar uma sequência para vermos o que será do futuro dessas crianças e do próprio técnico, que só acabam ali, com suas histórias de inverno, e seguem a vida sem um “fim” que tanto aguardamos. E sinceramente, essa é a graça do final. Quebrar as expectativas que criamos sozinhos, e nos revelar algo diferente, que nos faz questionar.
Sol de Inverno tem sido elogiado pela crítica internacional, e trago aqui os meus elogios nacionais. A pior parte do filme, é quando ele acaba.
Não percam, Sol de Inverno a partir de 16 de janeiro nos cinemas.