Se você ainda não jogou uma das grandes apostas para vencer o prêmio de Melhor Jogo do ano, você precisa correr para jogá-lo agora! Estamos falando de Clair Obscur: Expedition 33, que vem roubando todos os holofotes e não é atoa tá?! Nós já jogamos o game e temos muito o que compartilhar com vocês, vem comigo!
Logo nos primeiros minutos, Clair Obscur: Expedition 33 mostra a que veio. Ambientado em uma versão alternativa e melancólica de Paris — uma Paris apocalíptica, marcada por traços do realismo mágico — o jogo nos insere em um prólogo poderoso e emocional. Acompanhamos Gustave, o protagonista, lidando com a iminente perda de Sophie, seu grande amor, e é nesse momento que o jogo nos fisga de forma definitiva.
Nos 30 minutos iniciais, sentimos a dor de Gustave como se fosse nossa. A narrativa é envolvente, emocional, e toca fundo. Logo após essa introdução devastadora, embarcamos na 33ª expedição: uma missão suicida para derrotar a misteriosa entidade conhecida como Paintress, responsável por apagar vidas todos os anos. Porém, logo somos atacados — e cerca de 90% do grupo é dizimado. O que sobra é um pequeno grupo de sobreviventes e um mundo encantador, mas repleto de perigos e simbolismo.
A jornada que se desenrola a partir daí é muito mais do que uma simples missão heroica. O jogo mergulha profundamente em temas como raiva, dor, perda e, acima de tudo, o luto. Cada personagem é cuidadosamente construído, e o vínculo criado com eles é forte o suficiente para que qualquer perda durante a trama nos abale de verdade. Poucos jogos conseguem explorar emoções de maneira tão sincera quanto Expedition 33.
⚠️ ATENÇÃO: A partir daqui, o texto contém spoilers importantes da história do jogo.
O ponto de virada acontece no final do Ato 1, com um momento chocante: a morte de Gustave. O protagonista que acompanhamos, sofremos e lutamos ao lado simplesmente desaparece da história. A surpresa é brutal. A negação se instala. Passamos horas esperando o seu retorno — e é aí que Clair Obscur mostra sua verdadeira força narrativa: ele nos faz vivenciar o luto em todas as suas fases.
No clímax do jogo, descobrimos que a Paintress — a vilã aparente — não é uma entidade maligna por definição, mas sim uma mãe que perdeu seu filho. Consumida pelo luto, ela busca resgatar o último vestígio da alma dele que ainda permanece no mundo. Toda a destruição que ela causa é fruto de uma dor impossível de controlar. E é justamente aí que o jogo transmite sua mensagem mais profunda: por mais poder que você tenha, há coisas que não podem ser revertidas. O luto é uma delas.
Um RPG sobre humanidade
A narrativa impactante é embalada por uma trilha sonora sensível e intensa, capaz de traduzir com perfeição cada momento — seja ele de tristeza, raiva ou esperança. A direção de arte é deslumbrante, com cenários que parecem pinturas vivas e batalhas com efeitos visuais de tirar o fôlego. Cada elemento audiovisual trabalha em sincronia para reforçar a carga emocional da jornada.
Clair Obscur: Expedition 33 não é apenas um RPG de turnos com mecânicas inovadoras. É uma obra que trata de sentimentos universais com maturidade e beleza. É um lembrete de que o luto não escolhe a quem atinge — e que enfrentá-lo, mesmo no mais fantástico dos mundos, continua sendo uma das experiências mais humanas que existem.
Clair Obscur: Expedition 33 é um jogo de RPG de ação desenvolvido pela Sandfall Interactive e publicado pela Kepler Interactive. O jogo foi lançado dias atrás, em 24 de abril de 2025 para PC, Xbox Series X/S e PlayStation 5.
