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Crítica M3GAN 2.0: de boneca assassina a heroína sci-fi 

Megan está de volta: mais poderosa, menos assustadora e muito mais pop. A sequência aposta na ação e no absurdo para reinventar a vilã como heroína sci-fi.

O terror “M3GAN”, lançado em 2022, trouxe mais uma boneca assassina para os cinemas, mas com uma pegada high-tech. A androide com inteligência artificial, desenvolvida por Gemma (Allison Williams) para ser a melhor amiga e proteger sua sobrinha Cady (Violet McGraw), tinha tudo para se tornar a nova figura aterrorizante do gênero. No entanto, em vez de provocar medo, Megan virou meme: danças coreografadas, musiquinhas e todo um show à parte em meio a cenas de violência.

Para lançar a sequência, “M3GAN 2.0”, a Universal Pictures, junto com a Atomic Monster, teve que repaginar a personagem. A boneca que virou fenômeno nas redes e, de brinde, uma “diva pop”, precisava de um novo propósito. E assim, a continuação toma um rumo bem diferente do esperado.

Depois dos acontecimentos do primeiro filme, Megan segue sendo presente na família de Cady. Apesar de não ter um corpo, ela ainda está na nuvem. Quando surge Amelia (Ivanna Sakhno), uma nova inteligência artificial com treinamento militar que representa uma ameaça à segurança nacional, Megan precisa voltar à ativa. Com um corpo mais poderoso e uma missão patriótica, Megan passa de vilã a heroína sem perder o protagonismo da história. 

O novo filme mergulha de cabeça na ficção científica, sem cenas de jump scare e nem carnificina. A história se transforma quase em um “exterminador do futuro” que não se leva a sério.E é justamente aí que mora o acerto dessa nova aposta da Universal: o filme abraça o absurdo. Ao assumir o lado pastelão em várias cenas, o humor se torna parte da identidade do longa, e não um deslize narrativo.

“M3GAN 2.0” é sobre controle e domínio da própria história. Opiniões sobre o filme a parte, o time de criação acerta muito nesse ponto. Quase como se olhassem para o publico e falassem “esse sempre foi o plano. Pegamos vocês direitinho, né?”.

Porém, há um lado ruim. A “evolução pessoal” da Megan (como ela mesma define) pode decepcionar os fãs mais tradicionais do terror. Afinal, todos os elementos clássicos do gênero ficaram de fora. Eu mesma fui ao cinema pensando que assistiria algo muito diferente. Me preparei para sustos e cenas muito aflitivas, quando no final ganhei um filme de ação que, se tivesse menos palavrão, daria um belo título da “Tela Quente”. E se colocassem a Anna Faris e uns clichês a mais, virava um ótimo pastelão.

No fim das contas, pra mim, o saldo é positivo. Megan se reinventa e entrega uma experiência divertida pra quem só quer desligar o cérebro e se entreter. E também traz uma discussão (rasa, mas necessária) sobre a regulamentação da IA. O final do filme deixa um gancho para uma continuação, mas a pergunta que fica é: será que a reinvenção vai ser o suficiente para manter a franquia viva? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos. 

“M3GAN 2.0” estreia dia 26 de Junho de 2025.

Ficha técnica

Megan 2.0 (2025) – Estados Unidos
Direção: Gerard Johnstone
Roteiro: Akela Cooper, Gerard Johnstone
Criação dos personagens: James Wan
Edição: Jeff McEvoy
Fotografia: Peter McCaffrey
Design de Produção: Kim Sinclair
Trilha Sonora: Anthony Willis
Elenco: Allison Williams, Violet McGraw, Ivanna Sakhno, Amie Donald, Jenna Davis, Brian Jordan Alvarez, Ronny Chieng, Jen Van Epps, Stephane Garneau-Monten

Carol Fung
Carol Fung
Contando histórias sobre quem conta histórias

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