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CRÍTICA | THE LAST OF US E2T2

Até os que já sabiam o que iria acontecer não estavam preparados para esse momento.

SPOILERS DO SEGUNDO EPISÓDIO DA SEGUNDA TEMPORADA DE THE LAST OF US

O segundo episódio de “The Last of Us” chegou na Max/HBO para abalar todos, fãs novos e fãs antigos. O que o primeiro capítulo não ofereceu de aflição e temor, o segundo entregou tudo isso e mais um pouco. A começar pela forte tempestade de neve vinda do horizonte, seguido por um ataque dos infectados à cidade de Jackson e fechando com a horrenda e dolorosa morte de Joel. Se desgraça pouca é bobagem, em “The Last of Us” isso já é corriqueiro.

Antes de falar sobre o acontecimento principal, preciso enaltecer a escolha dos criadores ao adicionar a invasão dos infectados em Jackson na série. Para os que não jogaram, isso não acontece no game e foi feito exclusivamente para esse formato televisivo. Confesso que fazia tempo que uma série não me deixava com o desespero no talo, sentada na beira da cadeira roendo as unhas. O mais incrível é o fato de que, mesmo tendo jogado o jogo, “The Last of Us” ainda consegue trazer surpresas que agregam a esse universo.

Tommy (Gabriel Luna) lutando contra infectados que invadiram Jackson

Tendo dito isso, vamos ao fatídico momento do segundo episódio. Abby (Kaitlyn Dever), que inclusive é a primeira personagem que vemos logo no início do capitulo, finalmente verbaliza sua motivação para tanto ódio e sede de vingança por Joel (Pedro Pascal): ele matou seu pai, um Vagalume que também era o médico responsável por operar Ellie (Bella Ramsey). Para mim é bastante complexo falar sobre a Abby, em especial tendo jogado o jogo e saber coisas que ainda não foram mostradas, mas vou tentar ser imparcial e me ater aos fatos. E o fato aqui é que ela simplesmente torturou e matou um dos personagens principais e mais queridos da trama, e não tem como ter empatia por ela nesse momento.

Uma das coisas que mais amo sobre “The Last of Us” e que seu criador, Neil Druckmann, sempre traz em entrevistas o ponto de que não existem vilões, apenas pontos de vista diferentes. A Abby é uma vilã aos nossos olhos por estarmos com esses olhos voltados para a história de Joel, mas ele também é um vilão na história dela. O mais impecável sobre “The Last of Us” é que TODOS ali tem histórias cheia de nuances, não são apenas personagens jogados de forma aleatória ou rasa. Tanto no jogo quanto na série é perceptível o grau de cuidado com essas historias e estou muito curiosa pra ver como farão para tentar reverter a sensação de raiva que muitos estão nesse momento em relação a Abby – no jogo, pelo menos pra mim, deu certo. E falando nela, o que faltou em músculos na Abby de Kaitlyn Dever tem de sobra na sua atuação, que entregou um monologo extremamente forte na cena mais importante de todas. 

Abby (Kaitlyn Dever) na cena em que bate em Joel (Pedro Pascal) com um taco de golf

Não é segredo que a morte horrenda de Joel chegaria cedo ou tarde na série, mas o impacto dela se manteve bastante forte, pois aprendemos a gostar dele e até “passar pano” para muitas das suas atitudes erradas. A dor se intensifica ainda mais ao ter Ellie presenciando a sua morte – e triplica quando lembramos que eles não estavam se falando quando isso ocorreu. Consequências geram consequências. E se Abby acha que suas ações também não irão gerar consequências, já lhes adianto que ela está bem enganada.

Para não perder o costume e tentar aliviar um pouco esse momento tenso, o episódio serviu também muitas referencias do jogo, como o local onde Abby e seus colegas estão escondidos, a Ellie entrando no espaço onde Eugene plantava maconha (inclusive encontrando sua máscara-bong), o colar de vagalume de Eugene e Abby sendo atacada por infectados do outro lado da cerca.

Referências do jogo no segundo episódio

Um episódio que ofereceu traumas e gatilhos incuráveis – digo com propriedade, pois carrego isso comigo desde que joguei pela primeira vez há 5 anos –, mas que até agora vem mantendo a qualidade de uma adaptação muito bem-feita e entregando até mais do que estávamos esperando.

Bia Fenga
Bia Fenga
Formada em Rádio e TV e cursando pós-graduação em Jornalismo Cultural e de Entretenimento, é criadora de conteúdo audiovisual e já cobriu diversos eventos voltados a cultura pop, como CCXP, D23, Bienal do Livro e Gamescon. Além disso, é colecionadora de Funkos Pop, chegando a ter quase 300 na coleção.

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