Se alguém achou que Kaiju nº 8 estava guardando energia para o final da temporada, o episódio 11 (ou 22 na contagem geral), chega para atropelar qualquer expectativa. Intitulado “Cataclysms”, ele é exatamente isso: um desastre em larga escala que mostra o Japão sendo atacado de todos os lados, com múltiplos kaijus surgindo de uma só vez. Não é mais um simples confronto isolado, é um verdadeiro apocalipse.
O episódio abre mostrando o país em estado de emergência. A Força de Defesa, que já estava acostumada a lidar com monstros em focos específicos, agora precisa dividir esforços em várias frentes ao mesmo tempo. É a sensação de estar enxugando gelo: quanto mais derrubam, mais aparecem. A tensão não é só contra os kaijus, mas também contra o relógio e contra a realidade de que não vai dar para salvar todo mundo.

Quem ganha grande destaque aqui é Hoshina, que finalmente entra em ação com o traje No. 10. Essa arma biológica, fruto da fusão com um kaiju anterior, não é só um uniforme bonito: ela tem vontade própria e exige um controle absurdo do usuário. Hoshina, com seu jeito sempre afiado, se mostra digno do equipamento, mas fica claro que a linha entre dominar e ser dominado pela criatura é perigosamente fina. Cada golpe parece tão heroico quanto suicida.
Enquanto isso, vemos os outros núcleos lidando com o caos espalhado. Kikoru brilha em combates que testam tanto sua habilidade quanto sua resiliência emocional, e Mina surge como aquela presença firme que precisa carregar nas costas não só a liderança, mas também o peso de vidas que não podem ser salvas. É o tipo de episódio em que ninguém sai ileso, nem no corpo, nem na consciência.

Um detalhe curioso é o contraste com um momento mais social, que parecia trazer um respiro, quase um retrato de vida normal em meio ao colapso. Mas, como sempre acontece em Kaiju nº 8, a calmaria dura pouco. O ataque em massa engole até os instantes mais humanos, lembrando a todos que a guerra contra os monstros não permite celebrações completas.
O clímax vem quando a Força precisa tomar decisões dolorosas: onde alocar reforços, quem socorrer primeiro, quais batalhas priorizar. É um soco no estômago porque o episódio não esconde que algumas perdas são inevitáveis. O uniforme No. 10 se mostra decisivo em várias frentes, mas nem toda vitória compensa a destruição que se acumula em cada esquina.
O episódio termina em um ponto de pura tensão, sem dar a sensação de “problema resolvido”. Pelo contrário: a impressão é que o país está beirando o colapso e que os próximos passos vão custar ainda mais caro. E, mesmo assim, é impossível não sentir orgulho dos personagens que se levantam diante do caos, mesmo sabendo que a derrota parece sempre à espreita.

Kaiju nº 8 prova, mais uma vez, que não é apenas sobre monstros gigantes e batalhas insanas. É sobre sacrifícios, sobre enfrentar escolhas impossíveis e sobre o peso de ser humano em meio ao incontrolável. O episódio 22 é um daqueles episódios que não deixam espaço para distração, e se você ainda não mergulhou nessa temporada, prepare-se: a série não está entregando apenas ação, mas também a carga emocional de uma guerra que nunca parece acabar.



