Estreia nessa quinta-feira, 16 de janeiro, o filme “Aqui”, com distribuição da Imagem Filmes. O longa é uma adaptação de uma graphic novel de mesmo nome criada por Richard McGuire, a qual a narrativa acompanha um único local e nos transporta entre passado e futuro, mostrando o que já aconteceu por ali. Somos levados a uma viagem pelo tempo: desde seu inicio, na pré-história – mostrando esse lugar até então inabitado – e posteriormente, conforme a sociedade se desenvolvia tecnologicamente, a construção de uma casa e as diversas famílias e gerações que viveram nela. Importante ressaltar que a ordem dos acontecimentos é mostrada de forma não linear, o que deixa a narrativa mais dinâmica. A história, mesmo mostrando épocas e pessoas diferentes, acaba focando mais em uma das famílias, os Young.
Os personagens principais, Richard e Margareth Young, foram interpretados respectivamente por Tom Hanks (“Naufrago“) e Robin Wright (“House of Cards“), que se reencontraram nas telas após contracenarem juntos em “Forrest Gump“, filme de 1994. Mas eles não foram os únicos que participaram desse reencontro! O longa foi roteirizado por Robert Zemeckis – que também assina a direção do longa – e Eric Roth, que estrearam essa parceria em “Forrest Gump”.

Por se tratar de um filme que é todo passado em um único ponto de vista, a direção optou por usar uma câmera estática durante o filme inteiro. Diferente do que estamos acostumados, com movimentações de câmeras e enquadramentos diversos, toda a historia se passa em uma só perspectiva. A inovação no longa ficou por conta de uma nova tecnologia que utiliza Inteligência Artificial para alterar as faces dos atores, rejuvenescendo e envelhecendo conforme a necessidade da passagem de tempo. Apesar da aposta, confesso que a técnica não funcionou bem para a história, deixando em muitas cenas os personagens sem expressão, em especial nos olhos, não refletindo a carga emocional que o momento merecia e causando estranheza.

De toda forma, isso não atrapalhou minha experiencia com o longa, que é de uma extrema delicadeza e já em sua premissa traz reflexões interessantes, além de mostrar que todos passamos por momentos felizes, tristes, situações de nascimento, morte, medo, diversão, insegurança, dúvida e por aí vai. Muitos outros filmes trazem isso, porém, “Aqui” nos leva a pensar não em o que acontece, mas aonde acontece. Você, nesse momento, está lendo esse texto de algum local. Te convido a experimentar pensar: o que aconteceu nesse mesmo local há 20 anos? E há 100 anos? E há 2000 anos ou até mais? O ser humano é efêmero, o tempo é efêmero, mas o mundo e os lugares não, e eles carregam séculos e séculos de histórias. Histórias que se repetem, histórias novas… histórias sobre a vida.
A essência do filme se mostra nas conexões entre os acontecimentos, como por exemplo, cenas que mostram a existência da Influenza, que gerou a epidemia de Gripe Espanhola, e mais recentemente do COVID19. Um grande destaque para a escolha cinematográfica do diretor de intercalar imagens de épocas distintas como é feito na graphic novel para trazer essa sensação de conexão entre os períodos.


“Aqui” chega aos cinemas no dia 16 de janeiro. Ansiosos para conferir essa produção?